Hey chef, bring me those pies evoca a celebração dos afectos entre os elementos do colectivo Rua do Sol 172 com quem Luísa Abreu tem desenvolvido trabalho artístico e curatorial nos últimos cinco anos. Alude-se à vulnerabilidade da figura do curador enquanto alvo duma massa crítica explosiva que se tem vindo a entranhar na superfície implosiva do cubo branco contemporâneo. O arremesso da tarte como dialética da relação artista/curador é aqui representado através da distorção temporal de movimentos dos percursores do gestualismo pollockiano no cinema clássico de Hollywood. Assim, Hey chef... funciona também como metáfora da História da Pintura, numa sucessão de expressionismos (faciais) em confronto com a provocação conceptual pós-moderna.

por Francisco Laranjeira